sexta-feira, 12 de março de 2010

Acrobacia em planador

Na sua forma mais simples, um planador é uma aeronave sem uma força motriz, um avião sem motor. Embora as linhas gerais, aerodinâmica e maneira de pilotagem que se aplicam aos aviões também se apliquem aos planadores, essa falta de motor muda muito o modo como eles funcionam. Os planadores são máquinas impressionantes e graciosas e é o mais próximo que o homem pode chegar dos pássaros planando alto.
A acrobacia em planador é antes de mais nada muito lenta, principalmente no quesito "rolagem". Um planador Puchacz com seus quase 17 metros de asa chega a ter aproximadamente o triplo da envergadura do biplano acrobático Christen Eagle. Devido a isso, se comparássemos o toneau de um Puchacz com um Citabria (um dos mais lentos aviões acrobáticos), este último teria com certeza o seu dia de Sukoi SU-29. A manobra "toneau lento" no planador chega a ser um pleonasmo, e o "toneau rápido" uma impostura… Mas essa "lerdeza" de comandos na verdade é a diferença e o charme da acrobacia em planador, que se aproxima então de um balé aéreo, encantando público e piloto. E por outro lado, se os movimentos de rolagem são vagarosos, os movimentos de arfagem são mais facilitados que nos aviões, e os loopings ou vôos no dorso são feitos com relativa tranqüilidade.
Outro detalhe importante é o fato que, por não ter motor, obviamente só se consegue velocidade para se iniciar as manobras alterando destacadamente o angulo de ataque, então o vôo de acrobacia em planador se torna a mais pura forma de troca de energia cinética por energia potencial e vice-versa. No hammerhead por exemplo, a falta do motor se faz sentir, e a vertical subindo, após definida, não dura tanto quanto nos aviões. Mas no topo do hammerhead tem-se um dos momentos mais mágicos da acrobacia em planador: o silêncio absoluto, o G zero, a aeronave parada por 1 segundo que mais parece 1 minuto. Nesse momento você tem a clara sensação de que o mundo parou.

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