domingo, 21 de março de 2010

Aviões Presidenciais - U.S.A.

Até a Segunda Guerra Mundial, o presidente dos Estados Unidos raramente viajava para longe de casa. Visitar outros países demandava muito tempo e afastava o presidente das instituições maiores do governo. O progresso das viagens aéreas tornou possível o presidente se deslocar pelo mundo e voltar logo para casa. Em 1943, Franklin Roosevelt se tornou o primeiro presidente em exercício a fazer essas viagens, quando usou um hidroavião Boeing 314 para ir a uma conferência de guerra em Casablanca.

Roosevelt usou um avião porque os submarinos alemães tornavam os mares muito perigosos, mas o sucesso da missão estabeleceu a viagem aérea como o meio padrão de transporte presidencial. Em seguida, o governo resolveu destinar uma aeronave militar para uso presidencial. Originalmente, a Força Aérea escolheu um avião Liberator Express C-87A, um bombardeiro adaptado para operações civis que foi batizado de "Guess where to (Adivinhe para onde)".

Depois que um outro C-87A se acidentou em circunstâncias misteriosas, o Serviço Secreto decidiu que ele não era um avião seguro para o presidente. Eles logo adaptaram um quadrimotor Skymaster C-54 (versão militar do Douglas DC-4) para Roosevelt, com quartos de dormir, um radiofone e um elevador retrátil para a cadeira de rodas do presidente. O avião, apelidado de "Sacred Cow (Vaca Sagrada)", transportou Roosevelt a muitas missões importantes, inclusive à Conferência de Yalta, de 4 a 11 de fevereiro de 1945, na qual os Aliados decidiriam como seria a reorganização da Europa depois que o conflito terminasse.

Harry Truman chegando a Berlim no "Vaca Sagrada", em 1945

O presidente Truman assumiu o Vaca Sagrada e depois o substituiu por um Douglas DC-6 modificado, que nomeou de "Independence (Independência)". Ao contrário do Vaca Sagrada, o Independência foi coberto com uma decoração patriótica, incluindo uma águia pintada em seu nariz. O presidente Eisenhower introduziu dois aviões a hélice similares, com equipamentos evoluídos, incluindo telefone e teletipo ar-terra. Em 1958, quando a Força Aérea introduziu dois jatos Boeing 707 na frota, as viagens presidenciais deram um salto gigantesco. A Força Aérea começou a utilizar o código de rádio "Air Force One" durante o governo de Eisenhower e o público o adotou depois que Kennedy assumiu a presidência. No início de seu mandato, Kennedy incluiu um 707 mais avançado e de maior autonomia e comandou uma transformação estética: a decoração azul e branca usada até hoje.

O VC-137C, um dos Boeing 707 que precederam o atual Air Force One
Este avião e um idêntico a ele, incluídos na frota em 1972, foram parte de alguns dos acontecimentos históricos mais importantes dos últimos 50 anos. O 707 levou Kennedy para Dallas em 22 de novembro de 1963 e transportou seu cadáver naquele mesmo dia. No vôo de retorno, Lyndon Johnson prestou o juramento de posse. Os aviões gêmeos levaram o presidente Nixon da capital Washington para a Califórnia após sua renúncia. Em pleno vôo, a tripulação recebeu a confirmação de que Gerald Ford havia sido empossado presidente e mudaram seu código de vôo de Air Force One para SAM (missão aérea especial) 27000.
Em novembro de 1963, Lyndon Johnson tornou-se presidente a bordo do Air Force One
Os 707 gêmeos serviram ao presidente Reagan durante seus dois mandatos e a George Bush pai na primeira metade do seu. Em 1990, a Força Aérea substituiu os aviões pelos 747 utilizados hoje. Os aviões podem ser substituídos novamente antes de 2010, quando completarão 20 anos de idade.

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