domingo, 26 de fevereiro de 2012

Gloster Meteor

by: A. Bernardes

O Gloster Meteor foi um dos primeiros Caças a entrar em serviço e nunca ter entrado em combate na função para qual foi criado. Foi no entanto uma excelente plataforma de testes para motores a reação, radares, canhões, assentos ejetáveis, câmeras de reconhecimento, pós-combustores, pousos em convés, equipado com turbinas Rolls-Royce RB.50 e hélices Rotol de cinco pás foi também o primeiro turboélice do mundo e acabou entrando em serviço na RAF somente pelo fato da mesma não possuir verbas para adquirir um avião melhor. Em 1947, ou seja, 3 anos depois de entrar em serviço, o Meteor já se encontrava no limite de seu desenvolvimento e desde os primeiros combates na Coréia, o mesmo não mostrou-se a altura dos Mig-15 e logo foram relegados a função de ataque ao solo.

Mesmo com todas essa limitações, o Meteor foi um sucesso de vendas, pois constituía um avião à reação de baixo custo de aquisição que muitos países almejavam ter em suas Forças Aéreas. O Brasil foi um dos países que em 1953 negociou com a Inglaterra as variantes F-8 e TF-7 que vieram em forma de kits e foram montados na antiga fábrica do Galeão no Rio de Janeiro. O Meteor causou uma verdadeira revolução na FAB e em toda a Aviação no Brasil, pois até então nenhuma empresa aérea havia adotado um modelo a Jato no país. Foi com ele também que pela primeira vez o Querosene de Aviação foi trazido para o Brasil. Na FAB a chegada dessa aeronave causou uma profunda mudança nas rotinas operacionais, em sua infra-estrutura e na qualificação de seus militares, apesar da doutrina utilizada nesses novos vetores, serem as mesma dos tempos dos P-47 e P-40. A continuação dessa mesma doutrina utilizada nos antigos vetores nos F-8, os levaram a anos depois apresentarem problemas de físuras nas asas devido ao emprego dos Meteor em ataques ao solo à baixa altitude, perfil para o qual os modelos da FAB não haviam sido projetados.

fotos - David Fulton & Marc-Antony Payne