quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Evento avalia produção de biocombustível de aviação no País

O Brasil pode assumir a liderança na produção de biocombustíveis para aviação, mas para isso terá de promover uma articulação entre empresas do setor aeronáutico, de biotecnologia, instituições de pesquisa, governo e integrantes da cadeia de produção de biocombustíveis. A avaliação é dos participantes da Conferência sobre Biocombustíveis para Aviação no Brasil, na Embrapa, em Brasília. De acordo com especialistas, o País ainda terá de superar diversos obstáculos de ordem científica, tecnológica, de produção agrícola e de políticas públicas, entre outras. Os participantes do evento discutem a viabilidade técnica e financeira e o atual estágio das pesquisas realizadas no Brasil sobre biocombustíveis que possam substituir o querosene em aviões comerciais. A programação do evento é composta pelo Simpósio Nacional de Biocombustíveis de Aviação e pelo 5º Workshop do Projeto Biocombustíveis Sustentáveis para a Aviação no Brasil, promovido pela Fapesp, Embraer e Boeing, e termina nesta sexta.
O setor de aviação, que contribui com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa, está enfrentando o desafio de reduzir pela metade a emissão de CO2 até 2050, tendo como base de comparação 2005, conforme determinação da Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata, na sigla em inglês). "Todo o esforço que temos feito na otimização do consumo de combustível e na utilização das aeronaves não será suficiente. O único caminho que devemos seguir é em direção aos biocombustíveis", diz o vice-presidente e engenheiro-chefe da Embraer Emílio Matsuo. Segundo Matsuo e outros representantes do setor de aviação presentes no evento, o grande desafio científico e tecnológico é desenvolver um biocombustível a partir de qualquer biomassa que seja produzida em escala comercial e tenha um custo competitivo e possa ser misturado ao querosene de aviação convencional na proporção de até 50%, sem a necessidade de realizar modificações nos motores e nas turbinas da atual frota de aeronaves que circula pelo mundo. Já existem biocombustíveis produzidos a partir de diferentes biomassas, mas eles ainda não têm escala industrial e têm um custo 100% superior ao do querosene da aviação. A companhia aérea alemã Lufthansa, por exemplo, adicionou 50% de bioquerosene feito com óleo de pinhão-manso ao combustível de origem fóssil utilizado em seus voos regulares entre Berlim e Frankfurt durante seis meses. Mas, depois de operar mais de mil voos com a mistura, interrompeu a iniciativa devido a falta do produto renovável no mercado. Leia mais
  • Terra
13-09-2012

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