quarta-feira, 1 de agosto de 2018

ERJ-135 e Legacy

ERJ-135 / LEGACY
by: A. Bernardes

Com o primeiro protótipo do ERJ-145 já acumulando 1.000 horas de ensaio de voo e os três aviões de pré-série prontos e totalmente engajados na campanha de ensaios de certificação, o promissor programa do ERJ-145 se encontrava bem encaminhado nos últimos meses do ano de 1996. Porém, a Embraer jamais pode ser acusada de dormir sobre seus louros, os engenheiros daquela empresa lançaram-se imediatamente nos trabalhos do que seria o próximo projeto de avião regional. E o primeiro passo foi estabelecer a configuração da futura aeronave. Para isto, foram enviadas aos Estados Unidos da América e Europa duas equipes para pesquisar entre as empresas que já eram clientes da Embraer ou potenciais compradores e assim rapidamente verificaram que se existia um mercado para jatos regionais de 70 lugares , havia muito mais interesse em uma aeronave capaz de transportar 35/40 passageiros. Ademais, constatou-se que tal aeronave deveria ter um preço de aquisição e manutenção menor em relação ao ERJ-145, bem como possuir grande comunalidade de peças entre as duas aeronaves. Assim, pouco a pouco o ERJ-135 como ficou conhecido, foi se definindo como uma aeronave derivada do ERJ-145 para até 37 passageiros, que para acelerar o seu projeto, utilizou um dos protótipos do ERJ-145, o PT-ZJA, que teve os seus modulos centrais II e IV removidos, tornando-se 3,5 metros mais curto. Porém não bastava apenas encurtar cabos de comando, linhas hidráulicas, dutos de ar-condicionado, linhas de combustível e de pressurização, pois muitos desses itens tiveram que ser substituídos por outros inteiramente novos, assim como cerca de menos de 500 outras peças foram reposicionadas ou substituídas pelo fato da nova aeronave ter sido encurtada. O primeiro voo da nova aeronave ocorreu no dia 04 de julho de 1996, cerca de 53 dias antes da data prevista. Quando do lançamento do ERJ-135 em setembro de 1997, a Embraer logrou obter da regional francesa Flandre Air, um contrato de encomenda de 8 ERJ-135 e mais 12 opções e na ocasião do seu rollout, já havia registrado 73 encomendas firmes e 122 opções, passando logo em seguida para 193 opções.

Em 1998, durante a participação da Embraer na feira aeronáutica de Farnborough, na Inglaterra, seus representantes receberam um questionamento de clientes estrangeiros sobre as razões pelas quais a empresa não investia na área de aeronaves executivas, uma vez que o Brasil é o segundo país no mundo em utilização de aeronaves dessa categoria. Assim, ciente do consagrado sucesso de seus jatos EMB/ERJ-145 e 135, os engenheiros da Embraer foram desafiados a criar um projeto de uma aeronave executiva derivada do ERJ-135. Por ser uma aeronave destinada ao mercado regional, o ERJ-135 possuía seus tanques de combustível apenas localizados no interior das asas fazendo parte de sua estrutura, mas a fim de transformá-lo numa aeronave executiva, era imperiosa a necessidade de aumentar a sua autonomia. Para tanto, os engenheiros acrescentaram dois tanques na parte inferior da porção dianteira da fuselagem e outros dois tanques na parte traseira após o compartimento de bagagens. Para compensar o aumento de peso de decolagem e ampliar o alcance, foi incrementada a potência dos motores e instaladas winglets, o que além de proporcionar melhor performance , trouxe uma economia no consumo de combustível na ordem de 20%. Assim em 2002, apenas dois anos após ter sido o desafio lançado, já se podia voar o novo jato executivo da Embraer que recebeu o nome de Legacy. Para se ter ideia geral do alcance da aeronave a partir do nosso território nacional, o Legacy partindo de São Paulo pode voar diretamente até a Iha do Sal e com uma escala técnica chegar a Frankfurt com segurança, bem como voar Tóquio/Cingapura direto e New York/Genebra com apenas uma escala técnica no Canadá. Inicialmente o Legacy estava disponível em duas versões, o Executive para operar entre 13 a 19 passageiros e o Corporate Shuttle, de até 37 lugares. Depois de vencido este desafio e com as primeiras aeronaves já voando, somaram-se a versão original, as versões 450 e 500 derivadas do ERJ-135 e as versões 600 e 650 estas construídas sob a plataforma do EMB/ERJ-145  fotos - Internet

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