segunda-feira, 1 de julho de 2019

Boeing 707-320 e 441

Boeing 707-320 e 441
by: A. Bernardes

O Boeing 707 é um avião de passageiros de quatro motores , de médio porte, de longo alcance, narrow-body, construído pela Boeing Commercial Airplanes de 1958 a 1979. Seu nome é comumente pronunciado como "seven oh seven". Versões da aeronave têm uma capacidade de 140 a 219 passageiros e um alcance de 2.500 a 5.750 milhas náuticas ou 4.630 a 10.650 km. Desenvolvido como o primeiro avião a jato da Boeing, o 707 é um projeto de asas com podded Engines (motores em pilones) . Embora não tenha sido o primeiro jato em serviço, o 707 foi o primeiro a ter sucesso comercial. Dominando o transporte aéreo de passageiros na década de 1960 e permanecendo comum durante a década de 1970, o 707 é geralmente creditado com o início da Era do Jato . Estabeleceu a Boeing como uma das maiores fabricantes de aeronaves de passageiros e conduziu à última série de aviões de passageiros com designações " 7x7 ". Os últimos 720, 727, 737 e 757 compartilham elementos do projeto de fuselagem do 707. O 707 foi desenvolvido a partir do Boeing 367-80 , o primeiro protótipo voou pela primeira vez em 1954. Uma seção transversal da fuselagem maior e outras modificações resultaram na produção inicial de 707-120, com motores turbojato Pratt & Whitney JT3C. A Pan American World Airways iniciou o serviço 707 regular em 26 de outubro de 1958. Versões posteriores incluíram o 707-138 de longo alcance encurtado e o 707-320 esticado, ambos entrando em operação em 1959. Uma variante encurtada, a 720 , foi introduzida em 1960. A 707-420, uma versão do 707 esticado com motores turbofans Rolls-Royce Conway, foi lançada em 1960, enquanto os equipados com os turbofans Pratt & Whitney JT3D foram lançados nos modelos 707-120B e 707-320B em 1961 e 1962, respectivamente. O 707 tem sido usado em voos domésticos , transcontinentais e transatlânticos e para cargas e aplicações militares. Um modelo de passageiro-cargueiro conversível, o 707-320C, entrou em serviço em 1963, e os 707s de passageiros foram modificados para configurações de carga. Os derivados militares incluem o avião de reconhecimento aerotransportado E-3 Sentry e os transportes VIP C-137 Stratoliner . A Boeing produziu e entregou 1.011 aviões de passageiros, incluindo a menor série 720; Mais de 800 versões militares também foram produzidas. Em julho de 2017, não havia 707s ativos no serviço de linhas aéreas comerciais. Mais de 1000 unidades de todas as variantes foram construídas.

Em 1960 a Varig incorporou as primeiras unidades dos novíssimos Boeing 707-441 que partiu de New York com destino ao rio de Janeiro já com passageiros pagantes. Uma das particularidades da série 400 é que a mesma vinha equipada com quatro turbojatos Rolls-Royce Conway Mk 508 que eram muitos mais econômicos que os JT-3 da Pratt & Whitney conferindo assim uma autonomia muito maior que os modelos da série 300. Na mesma década o aeroporto do Galeão passou por reformas para ampliação das pistas e dos terminais de passageiros impedindo assim que os 707 operassem de lá e a solução encontrada pela Varig foi mudar as suas operações temporariamente para o aeroporto de Brasília. As aeronaves eram configuradas para 138 passageiros sendo 48 na primeira classe e 90 na turística, a aeronave contava ainda com seis toilets a bordo e um lavatório. Os modelos 707-441 operaram na Varig entre os anos de 1960 e 1979. Com o início de seus voos para a Europa em 1965, a Varig optou em adquirir para tais rotas o Boeing 707-320, da série 300, sendo três aeronaves encomendadas diretamente para a Boeing do tipo Combi, ou seja, conversíveis para cargas ou passageiros permitindo assim uma flexibilidade maior de acordo com a sua demanda. Os modelos 320 vinham equipados com motores Pratt & Whitney com 18.000 libras de empuxo, melhorias aerodinâmicas, maior peso de decolagem e melhor autonomia, o que permitia voos entre o Rio de Janeiro e a Europa sem escalas. Durante a década de 60 e metade da década de 70, os Boeing 707 eram as principais aeronaves para voos internacionais mesmo depois da introdução de aeronaves mais modernas nesta década. Os últimos Boeing 707 a voar com passageiros foram convertidos em cargueiros em 1987 e continuaram voando na companhia como tal até 1989. Os modelos da série 300, voaram na Varig entre os anos de 1966 e 1989, um foi vendido para a TransBrasil e quatro para a Força Aérea Brasileira.

Durante a sua operação na Varig, os 707s protagonizaram vários episódios. Um deles aconteceu em 1973, quando o voo RG-820 que partiu do Rio de Janeiro com destino a Londres com escala em Paris, no aeroporto de Orly. O voo transcorreu normalmente durante a travessia do Oceano Atlântico, mas quando a aeronave já estava nos arredores de Paris, uma fumaça começou a sair de um dos Toillets localizados no fundo da aeronave. Embora as comissárias tentassem apagar as chamas, as mesmas se alastraram por toda a aeronave e quando chegou ao cockpit, o comandante Gilberto Araújo da Silva, fez um pouso forçado em uma campo de plantação de cebolas onde a aeronave foi totalmente consumida pelas chamas, deixando um saldo de 123 mortos e apenas 11 sobreviventes, entre eles o comandante Gilberto. Em 30 de janeiro de 1979, um outro 707 cargueiro da Varig, fazia a rota, Tokyo - Los Angeles - Rio de Janeiro, tendo aos seus comandos o mesmo comandante Gilberto Araújo da Silva, que depois do acidente de Orly trocou o transporte de passageiros pelo transporte de carga, e após o primeiro contato realizado 22 minutos após a decolagem, a aeronave simplesmente nunca mais entrou em contato com o controle japonês e nunca mais foi encontrada. Surgiram várias hipóteses, mas assim como o desaparecimento do Lockheed Electra de Amelia Enhart, o Voo 967 do Varig PP-VLU nunca foi esclarecido. Outra coincidência com o voo do Electra de Amelia, é que nem pedaços das aeronaves, nem algum corpo jamais foi encontrado.

Já o 707 prefixo PP-VJX, recebeu o apelido de "EXPRESSO CUBANO". No final da década de 60, o Brasil era governado pelos militares e o destino mais procurado pelos grupos contrários a este regime era a ilha caribenha de Cuba. O PP-VJX recebeu este apelido de seus tripulantes pelo fato de no intervalo de menos de 6 meses, ser sequestrado 3 vezes tornando a aeronave mais sequestrada no mundo até hoje. O primeiro sequestro aconteceu no dia 4 de novembro de 1969, no voo RG863, quando a aeronave realizava o trecho Buenos Aires – Santiago do Chile, originado no Rio de Janeiro, do aeroporto do Galeão. O 707 voava com 89 passageiros e 12 tripulantes, quando os sequestradores, nove homens e uma mulher armados com pistolas, exigiram que o avião fosse desviado para Havana. Como não havia combustível suficiente para atender aos sequestradores, a aeronave prosseguiu direto para o Chile e realizou um pouso em Santiago. Depois de reabastecido, seguiu direto para Havana onde a aeronave ficou retida por 15 horas enquanto os seus tripulantes e passageiros foram hospedados no Hotel Riviera, depois de terem se submetido a um longo interrogatório. O voo RG863 terminou somente no dia 6, às 18h26, quando a aeronave finalmente pousou no Galeão, onde foi cercada pela polícia. Passageiros e tripulantes, depois do interrogatórios em Cuba e a longa viagem, também foram interrogados pelas autoridades brasileiras, ainda no mesmo dia. Três semanas depois, devido ao alto risco, a Varig já havia colocado em seus aviões de rotas internacionais um conjunto de cartas e mapas para os procedimentos de aproximação do aeroporto de Havana, para o caso de uma eventualidade. No dia 28 de novembro de 1969, 22 dias após ser sequestrado, o mesmo Boeing 707 da Varig realizava o voo RG827, que partia de Paris, fazia escala em Londres, e tinha como destino o Rio de Janeiro. A aeronave decolou da capital francesa às 18h48, e cerca de 20 minutos depois, quando passava por Portugal, um passageiro de nacionalidade argelina, armado com uma pistola e uma faca, invadiu a cabine de comando e anunciou o sequestro da aeronave. Sua exigência? Desviar o avião para Havana. O Boeing, pilotado pelo comandante Délio Lima, voava com 81 passageiros e 15 tripulantes. A ordem do sequestrador foi obedecida e o avião seguiu para Cuba. Antes de pousar em Havana, a aeronave precisou reabastecer em Porto Rico e conseguir um “kit Cuba”, com os dados para pousar na ilha no Caribe. Chegando em Havana, todos os ocupantes foram interrogados pela polícia cubana e enviados para o Hotel Riviera, nesse tempo o principal ponto de descanso para quem era sequestrado. À noite, o VJX foi liberado e pode retornar ao Brasil. Na volta, o 707 da Varig parou em Caracas para reabastecer e também repor a comida a bordo, que já havia acabado. O Boeing pousou no Rio às 13h52 do dia 30, após mais uma longa jornada forçada. O último sequestro do “Expresso Cubano” ocorreu no dia 12 de março de 1970. A aeronave fazia o voo RG862, de Santiago do Chile para Nova Iorque, com escalas em Buenos Aires e Rio de Janeiro. Logo após decolar no Chile, em direção a Argentina, o comandante Floriano Bortolo Scalabrim foi avisado pelos comissários de que um homem armado havia feito uma aeromoça refém, ordenando, como de costume, o desvio imediato do avião para Havana. O combustível que o Boeing da Varig carregava não era o suficiente para realizar o trajeto até Cuba, e assim a aeronave precisou retornar a Santiago para completar os tanques. A bordo da aeronave estavam 28 passageiros e 13 tripulantes. O jato decolou novamente às 20h30 e em cerca de nove horas alcançou Havana.  fotos - Internet

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