sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Messerchmitt M20 B2

MESSERSCHMITT M20 B2
by: A. Bernardes

fotos - Internet

A Aeronave

Em 1931 enfrentando problemas com as suas duas aeronaves, a Varig decidiu incrementar a sua frota com novas aeronaves. Uma das aeronaves adquiridas foram dois Junkers A-50 "Junior" batizados de "Minuano" e "Bagé" que assim como o Klemm L-25 era uma aeronave para voos de propaganda e treinamento dos pilotos da empresa. Em 1932, a Varig adquiriu junto ao mesmo fabricante duas aeronaves Junkers F-13 que foram batizadas de "Santa Cruz" e "Livramento", mas diferentemente dos A-50, os F-13 podiam levar 5 passageiros e ficaram em operação até o ano de 1951. Outra aeronave que voou brevemente na companhia foi o Messeschmitt 108 Taifun que foi o predecessor do caça Me109 da Segunda Grande Guerra e que voou entre setembro e novembro de 1936 quando foi desativado por ser antieconômico por levar apenas 3 passageiros.

Operação na VARIG

Em 1937 finalmente a Varig adquiriu uma aeronave que era realmente construída para o transporte de passageiros, o Messerschmitt M20 B2 que ficou em serviço entre os anos de 1937 a 1948. Esta aeronave era propulsada por um motor BMW VI-8 de 700HP, suas asas tinham uma envergadura de 25,50 metros, um comprimento de 15,80 metros, um peso vazio de 2652 Kg e máximo de decolagem de 4600 Kg e altura de 4,80 metros. Com uma tripulação técnica composta de um piloto e um mecânico de voo, o M20 B2 era capaz de transportar 10 passageiros a uma velocidade de cruzeiro de 170 Km/h, num teto máximo de 4400 metros a uma distância de 1050 km, tudo isto com o conforto de ser a primeira aeronave da companhia a disponibilizar um Toilete a bordo para os passageiros onde repousava um solitário urinol e também a primeira onde os passageiros podiam abrir as janelas, como as existentes nos atuais automóveis. O único M20 B2 operado foi batizado de "Aceguá" e possuía a matrícula PP-VKA.

"Depois do uso não jogue pela janela"

Uma das histórias com esta aeronave, ocorreu quando a mesma fazia a rota Pelotas - Porto Alegre, era verão e o dia estava muito quente, mas as condições de tempo eram muito boas. Mesmo assim, o voo era realizado a baixa altura para reduzir o efeito de um forte vento de proa. O avião estava com a sua capacidade máxima de dez passageiros e cada um procurava fazer o tempo passar à sua maneira, já que não havia cinema ou qualquer tipo de serviço de bordo. O passageiro da última poltrona do lado direito, após baixar o vidro, acomodou-se confortavelmente e em pouco tempo estava dormindo sob o efeito do vento que entrava por sua janela. Já a situação do passageiro que ocupava a primeira cadeira da mesma fileira era bem diferente, o mesmo estava passando mal tentando se distrair com as notícias de seu jornal, o Correio do Povo, quando sentiu que estavas prestes a "botar cargas ao mar", rapidamente apanhou o clássico saquinho e encheu-o completamente. Depois fechou-o completamente e não encontrando onde depositá-lo, discretamente abriu a sua janela e jogou-o pela abertura. O invólucro foi logo rompido pela corrente de ar deixando um rastro pelas janelas fechadas entrando pela última e acertando em cheio o rosto do passageiro que dormia. O infeliz acordou furioso limpando-se, e seguindo o rastro deixado nas demais janelas lançou-se furioso em direção ao infeliz causador daquela tragédia. Depois de muitos anos, quando a Varig já voava o Douglas DC-3, um passageiro perguntou a uma comissária por quê nos sacos de enjoo estava escrito: "Depois do uso não jogue pela janela", uma vez que as janelas do DC-3 não abrem e a comissária teve que contar ao passageiro a história acima e que era uma recomendação da Varig ainda do tempo deste incidente.

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