segunda-feira, 15 de julho de 2024

Breve Histórico - REAL

BREVE HISTORICO
by: A. Bernardes

O início de Tudo

Em 1943 o empresário Vicente Mammana Neto criou a Companhia Santista de Aviação e adquiriu duas pequenas aeronaves Relliant. Mammana Neto vislumbrou a possibilidade de ampliar a frota da empresa com uma aeronave americana Aeronca em 1944, porém o negócio acabou barrado pelo governo brasileiro e a “Santista” acabou encerrando as atividades.Após o final da Segunda Guerra Mundial o governo dos Estados Unidos se viu com uma frota de milhares de aeronaves de transporte que se tornaram desnecessárias com o final do conflito. Assim, foi decidido pelo governo dos Estados Unidos que as aeronaves seriam vendidas para empresas aéreas e ou para a sucata.

Nascem as Redes Estaduais Aéreas Ltda

Mammana Neto viu nesse evento uma oportunidade e associou-se ao piloto Lineu Gomes em novembro de 1945 fundando a empresa Redes Estaduais Aéreas Limitadas (REAL). Com um capital inicial de 400 mil cruzeiros, adquiriram do governo dos Estados Unidos uma aeronave Douglas DC-3. A iniciativa atraiu o empresário Armando de Aguiar Campos e dois outros DC-3 foram adquiridos.

Ponte Aérea Rio - São Paulo

Com as aeronaves DC-3 a REAL inaugurou sua primeira rota ligando o Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont) a São Paulo (Aeroporto de Congonhas) em 7 de fevereiro de 1946.Diferente das companhias aéreas existentes no país, a REAL decidiu operar com passagens mais acessíveis e isso fez com que seus voos partissem lotados. Até o final de 1946 a empresa atendia Curitiba. Para atender a grande demanda de passageiros, a REAL adquiriu dois Bristol 170 mas, devido a problemas técnicos e reclamações dos passageiros, as aeronaves acabaram revendidas em 1948. Visando ampliar sua frota, a REAL transformou-se de empresa limitada para uma sociedade por ações em 13 de dezembro de 1946 e foi denominada REAL Transportes Aéreos S/A. A criação dessa sociedade, presidida agora pelo empresário Sebastião Paes de Almeida, permitiu a ampliação do capital da empresa e angariou recursos para a aquisição de dez DC-3.

Expansões e incorporações

Da segunda metade da década de 1940 até 1955, a empresa experimentou sua primeira grande expansão, pela aquisição de empresas menores. Em 1948 adquiriu a ,Linhas Aéreas Wright e em 1950 a LAN - Linhas Aéreas NATAL. Com essas compras, a frota da REAL chegou a 20 Douglas DC-3/C-47. Em 1951, adquiriu a LATB - Linha Aérea Transcontinental Brasileira, expandindo consideravelmente sua malha na região nordeste do país. Entre 1954 e 1956 foram adquiridas também a Aerovias Brasil e a Transporte Aéreo Nacional. Finalmente, em 1957 adquiriu do empresário catarinense Omar Fontana, 50% do capital da Sadia, que em contrapartida passou a ocupar um cargo na Real. Com todas estas incorporações, a frota chegou a 117 aeronaves, que colocaram a empresa em 7° lugar no ranking da IATA, a mais alta posição já ocupada por uma empresa aérea brasileira até então.

Consórcio REAL - Aerovias - Brasil

Com a aquisição posterior de Transportes Aéreos Nacional em 1956 também por Lineu Gomes, foi formado um consórcio que tomou o nome de Consórcio Real-Aerovias-Nacional, capaz de voar em todo o território brasileiro e com os destinos internacionais anteriormente servidos pela Aerovias Brasil. Embora mantendo identidades legais independentes, eram controlados pela mesma pessoa, Lineu Gomes. As empresas eram operadas conjuntamente, mas na prática era a Real, que controlava o consórcio. Nessa época, o Consórcio dominava o tráfego de passageiros no triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, o centro econômico do país. A Aerovias Brasil, ainda como parte do Consórcio Real-Aerovias-Nacional, comprou três Convair CV-990 para operar em suas rotas intercontinentais pouco antes do Consórcio ser vendido para a Varig. A Varig tentou cancelar a transação, mas não conseguiu. Por conseguinte, contra a sua vontade, a Varig foi obrigada a receber e operar as três aeronaves. A Aerovias Brasil também adquiriu os Saab Scandia que pertenciam a American Airlines mas somente um foi pintado nas cores da Aerovias que quando chegou ao brasil foi imediatamente repassado para a VASP.

O Fim

Em 1961 a Varig comprou uma participação na Aerovias Brasil e, mais tarde, no mesmo ano, comprou todo o consórcio Real-Aerovias-Nacional. Aerovias Brasil e suas empresas irmãs foram incorporadas à Varig.

Lineu Gomes e Sebastião Paes de Almeida