segunda-feira, 1 de junho de 2020

BRITISH AIRCRAFT CORPORATION - BAC ONE ELEVEN

BRITISH AIRCRAFT CORPORATION - BAC ONE ELEVEN
by: A. Bernardes

fotos - Internet

A Aeronave

Nos anos 50, A Hunting Aircraft iniciou estudos de projeto de um substituto movido a jato para o bem-sucedido Vickers Viscount, desenvolvendo o Hunting 107. Na mesma época, a Vickers iniciou um desenvolvimento semelhante de um derivativo de 140 assentos do seu projeto VC10, o VC11. Em 1960, a Hunting Aircraft, sob pressão do governo britânico, fundiu-se com a Vickers-Armstrongs, a Bristol e a English Electric formando a British Aircraft Corporation (BAC). A nova BAC decidiu que o projeto da Hunting Aircraft tinha méritos, mas que haveria pouco mercado para um avião a jato de 30 lugares. O projeto então foi reformulado no BAC 107, um avião de 59 lugares equipado com dois turbofans Bristol Siddeley BS75 de 7.000 libras-força (31 kN). A BAC também decidiu continuar o desenvolvimento do VC-11 de 140 assentos, herdado do Vickers VC10. O projeto revisado foi redesenhado como BAC 111 (mais tarde conhecido como One-Eleven), com a BAC abandonando o projeto VC11 para se concentrar no One-Eleven mais promissor. Ao contrário dos aviões britânicos contemporâneos, como o Hawker Siddeley Trident, o One-Eleven não foi projetado especificamente para atender às necessidades da britânica British Airways ou da British Overseas Airways Corporation, mas para as necessidades das companhias aéreas do mundo e da BAC. encomendas para até 400. O voo de teste foi conduzido pelo Líder de Esquadrão Dave Glaser. O primeiro protótipo do One-Eleven, pilotado pelo piloto de testes Mike Lithgow, caiu no dia 22 de outubro durante o teste de stall, com a perda de todos a bordo. A investigação levou à descoberta do que ficou conhecido como deep stall ou superstall, um fenômeno causado pela redução do fluxo de ar para a cauda causada pelos efeitos de blanking combinados da asa e das naceles do motor montadas à ré em altos ângulos de ataque, o que impede a recuperação de voo normal (nariz para baixo). Apesar do acidente, os testes continuaram e a confiança do cliente permaneceu alta. A American Airlines e a Braniff aceitaram suas encomendas opcionais e colocaram mais em fevereiro de 1964. Outras encomendas vieram da Mohawk, da Philippine Airlines e do empresário alemão Helmut Horten , que encomendou a primeira modificação executiva da aeronave. No final de 1964, 13 aeronaves tinham saído da linha de produção. O One-Eleven foi certificado e a primeira entrega, da G-ASJI para BUA, ocorreu em 22 de janeiro de 1965. Depois de várias semanas de vôos provando rotas, o primeiro serviço de receita voou em 9 de abril de Gatwick para Gênova. A Braniff recebeu a sua primeira aeronave em 11 de março, enquanto a Mohawk recebeu a primeira em 15 de maio. As entregas continuaram e, no final de 1965, as companhias aéreas haviam recebido 34 aeronaves. A demanda continuou a ser flutuante, com uma segunda linha de produção montada em Weybridge - produzindo 13 1-11s entre 1966 e 1970. Entre os anos de 1963 e 1982 foram fabricados 244 aeronaves na Inglaterra, sendo 58 da versão -200, 09 da -300, 82 da -400 e 75 da -500. A partir de 1982 até 1989, o modelo foi fabricado na Romênia sob licença como Rombac 1-11-560, quando foram fabricadas apenas 9 unidades.

Operação na TransBrasil

Em junho de 1972, a Sadia Transportes Aéreos passou a se chamar TransBrasil Linhas Aéreas, pois a companhia estava crescendo e queria um nome que simbolizasse a união de um país através dos voos da companhia. A pintura era sempre vibrante a exemplo de outras companhias norte-americanas da época como a Braniff e visava valorizar as riquezas do Brasil, foi também um período de grande expansão e no final da década já era a terceira maior companhia aérea do Brasil. Em 1970, todas as grandes companhias aéreas nacionais já operavam com jatos e a TransBrasil tratou logo de procurar no mercado um jato para as suas rotas domésticas. Omar Fontana não queria simplesmente incorporar a frota da companhia uma aeronave que já fosse operada pela concorrência, assim procurou junto aos ingleses com os quais mantinha boas relações comerciais desde o tempo do Dart Herald, uma aeronave para entrar na era do jato. O modelo escolhido foi British Aircraft Corporation One Eleven ou BAC 1-11 como era conhecido. Assim, entre os anos de 1970 e 1977, a Sadia e depois TransBrasil, recebeu 10 BAC 1-11-500. A versão -500 escolhida por Omar Fontana, era capaz de levar até 119 passageiros e o primeiro entrou em serviço no dia 17 de setembro de 1970, batizando-o de "Jatão". O avião era menor que os quadrimotores da Varig e os Boeing 737-200 da Vasp, mas, mesmo assim, o apelido pegou e foi amplamente utilizado em todas as peças publicitárias veiculadas pela empresa. Inicialmente, os dois One Eleven foram operados em uma longa linha que começava em Porto Alegre/RS, e que terminava em Belém, depois de fazer escalas em Florianópolis, Curitiba, Congonhas/SP, Galeão/RJ, Vitória, Brasília, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, Fortaleza e São Luiz. Com a entrada em operação do PP-SDS, foi possível incluir Manaus, via Brasília, na rota. Antes que recebesse o PP-SDS, a empresa teve seu nome mudado para Transbrasil S/A - Linhas Aéreas, e sua sede foi transferida de São Paulo para Brasília. O esquema de pintura dos aviões foi inteiramente reformulado, a partir daí. Seis esquemas de cores foram criados para as aeronaves, e cada um recebeu um nome. A princípio, não haveria dois esquemas iguais. Assim, o PP-SDS, ao chegar, trazia um esquema verdadeiramente chocante, para a época, denominado "Sol", em vermelho-alaranjado em baixo e amarelo-mostarda em cima. O avião logo foi apelidado pelos passageiros e tripulantes de "salsichão", ou de "salsicha com mostarda". Os primeiros Boeing 727-100 da companhia chegaram em 1974 e a partir de 1975 os Bandeirantes e Dart Herald remanescentes foram todos desativados e todas as rotas da companhia agora eram servidas por jatos. O último One Eleven da TransBrasil, o PT-SDU, ainda pintado em azul, foi finalmente devolvido em abril de 1978, e a partir dessa data, todos os voos da TransBrasil passaram a ser servidos por aeronaves Boeing 727-100, até 1982, quando um Boeing 707 foi arrendado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário