quarta-feira, 1 de julho de 2020

BOEING 727-100

BOEING 727
by: A. Bernardes

fotos - Internet

A Aeronave

O Boeing 727 é um jato de três motores de narrow-body, de porte médio construído pela Boeing Commercial Airplanes do início dos anos 1960 a 1984. Ele pode transportar de 149 a 189 passageiros e os modelos posteriores podem voar até 2.700 milhas náuticas (5.000 km) sem parar. Destinado a vôos curtos e médios, o 727 pode usar pistas relativamente curtas em aeroportos menores. Ele tem três motores Pratt & Whitney JT8D abaixo da cauda em T, um de cada lado da fuselagem traseira com um motor central que se conecta através de um duto com uma entrada na base da barbatana. O 727 é o único trijato comercial projetado pela Boeing para entrar na produção. O 727 seguiu o 707, um avião de passageiros quadri-jet, com o qual compartilha sua seção transversal da fuselagem superior e design do cockpit. O 727-100 voou pela primeira vez em fevereiro de 1963 e entrou em serviço pela Eastern Air Lines em fevereiro de 1964; A versão alongada o 727-200 voou em julho de 1967 e entrou em serviço com a Northeast Airlines em dezembro. O 727 tornou-se um dos pilares das redes de rotas domésticas das companhias aéreas e também foi utilizado em rotas internacionais de curto e médio alcance. Versões de passageiro, cargueiro e conversível do 727 foram construídas. A maior taxa de produção do 727 foi na década de 1970; o último 727 foi concluído em 1984. Em julho de 2018 , um total de 44 Boeing 727s (2 × 727-100s e 42 × -200s) estavam em serviço comercial com 23 companhias aéreas, mais alguns voando para governos e em empresas privadas. As regulamentações sobre o ruído nos aeroportos levaram os 727s a serem equipados com Rushkits. Desde 1964, houve 118 incidentes fatais envolvendo o Boeing 727. Os modelos sucessores incluem variantes do 737 e do 757-200. No total foram construídas 1.832 unidades das versões 100, 100F, 200, 200 Super Advanced, 200F Super Advanced e a Super Advanced 27 com novos motores.

Operação na TransBrasil

No início da década de 1970, a Sadia, empresa aérea criada pelo empresário Omar Fontana em 1955, começou a operar seus primeiro jatos, os ingleses BAC One Eleven, batizados por Fontana como "Jatões". Tais aeronaves tiveram uma carreira bem sucedida, e animou Fontana a adquirir aeronaves Boeing 727-100 usados, para complementar a frota de "Jatões" e substituí-los com o tempo. Em 1974, Fontana adquiriu da Pan Am seu primeiro Boeing 727-21C. A Transbrasil também firmou contrato com os Correios para fazer a RPN - Rede Postal Noturna e, portanto, priorizou a aquisição de aeronaves conversíveis carga-passageiros, que transportariam passageiros durante o dia e malotes postais durante a noite, otimizando ao máximo o uso dos jatos. O esquema funcionou, e logo a empresa passou a se desfazer de todos os demais aviões da frota, padronizando com os Boeing 727. O último BAC One Eleven deixou de operar em 1979. Ao adquirir os primeiros 727, um novo esquema de pintura foi desenvolvido especialmente para eles, bem colorido, chamado genericamente de Energia Colorida, mas que compreendia, na verdade, vários esquemas diferentes, cada um deles aplicado a uma aeronave diferente, e chamados de Energia Petrolífera, Energia Solar, Energia Solar II, Energia Eólica, Energia Nuclear, Energia Cinética... Outros esquemas surgiram com o tempo, e era comum que as aeronaves mudassem de cor e de esquema. O PT-TCA, primeiro Boeing 727 operado, voou na empresa por 8 anos, até 1982, e teve nada menos que 4 esquemas diferentes aplicados durante esse tempo. A pintura colorida fez sucesso com o público, rompendo com os monótonos esquemas utilizados pelas outras empresas que operavam na época, Varig, Vasp e Cruzeiro. O uso de pinturas coloridas foi uma brilhante jogada de marketing, capitaneada pelo diretor Gianfranco Betting, que ficou muitos anos na empresa e revolucionou os conceitos até então usados na aviação. Em 1978, os esquemas "Energia" começaram a ser substituídos pelo esquema "Arco-íris". As fuselagens dos aviões foram pintadas em branco, as asas e os logotipos foram pintadas com as cores do arco-íris, cada avião levando uma cor diferente, com exceção do amarelo, e as derivas foram pintadas com todas as sete cores do arco-íris. O último esquema de pintura da TransBrasil, uma simples evolução do conceito arco-íris original, jamais chegou a ser aplicado em nenhum Boeing 727, no entanto. Dez Boeing 727 da TransBrasil eram dos modelos C (Combi), combinados/conversíveis carga-passageiros, alguns com kit QC (Quick Change). O kit QC, fornecido pela Boeing, que equipava seis dos modelos C da Transbrasil, permitia a conversão do avião em cerca de 20 minutos de carga para passageiros, ou vice-versa. Os assentos, em grupos, e lavatórios, deslizavam por trilhos e eram embarcados ou desembarcados facilmente pela porta de carga lateral. Esse modelo era especialmente útil para o uso na Rede Postal Noturna, devido a essa versatilidade. Podiam operar quase 24 horas por dia, parando apenas para manutenção. Voavam durante o dia transportando passageiros, com 117 poltronas, e à noite eram totalmente reconfigurados para carga, praticamente todos os dias. Todos os 12 aviões restantes da frota eram configurados exclusivamente para passageiros, com 117 assentos e sem porta de carga. Devido às suas origens, não havia um padrão de decoração interna, e alguns aviões, especialmente os que vieram da Brannif, tinham o interior bastante colorido. Na TransBrasil, os Boeing 727 foram chamados de "Trijatões", para diferenciá-los dos "Jatões", os BAC One Eleven. Nos anos 70, todas as quatro grandes empresas aéreas brasileiras operaram os Boeing 727. A Transbrasil começou a vender, ou devolver, seus 727 a partir de 1982, numa época de crise econômica e hiperinflação, mas operou o tipo intensamente até o final de 1989. Seus substitutos na frota doméstica foram os Boeing 737-300 e 737-400.

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